Batalha espiritual

À luz de Timóteo, precisamos desenvolver duas qualidades básicas como obreiro do Senhor, que trabalha para o Reino de Deus, ser aprovado e não ter do que se envergonhar. Ser aprovado significa saber em que está envolvido, conhecer bem sobre o assunto e dar respostas satisfatórias, firmadas na Palavra de Deus, a quem questionar a respeito de sua fé. Não ter do que se envergonhar é apresentar-se diante de Deus e dos homens como conhecedor da Palavra e que tenha uma vida condizente com a mesma. Pregação e ação se completam em modo de vida e testemunho.

Um obreiro da área de Batalha Espiritual, mais que qualquer outro, precisa desenvolver as qualidades esperadas de um cristão em santidade e intimidade com o Senhor. O Evangelho de Lucas, em seu capítulo de número quatro, oferece-nos um ensino muito bom sobre as qualificações para o exercício deste ministério. É o que veremos a seguir:

A – O Guerreiro espiritual

Veremos duas certezas que o guerreiro espiritual deve levar consigo, são sentimentos, são verdades que enchem o seu coração e o impulsiona na realização do trabalho. O obreiro quando confrontado não hesitará, não vacilará, porque ele sabe que é, na sua essência, um guerreiro.

1 – Ser vocacionado

Este é um item muito importante para o guerreiro espiritual, ter plena convicção de seu chamado para o exercício deste trabalho. O obreiro precisa ser escolhido por Deus, é Deus quem escolhe e designa os seus obreiros (Jo 15.16). Jesus Cristo em seu batismo recebeu o Espírito Santo, o poder (unção) de Deus sobre ele (Mc 1.10), que evidenciou o seu ministério. Também você, necessita receber esse poder, essa unção que o capacita e evidencia o seu dom (At 1.8), no caso, como guerreiro espiritual. Caso não tenha essa certeza, precisa tê-la, senão o seu ministério não é o de guerreiro espiritual.

2 – Ter o poder de Deus

Não há como batalhar espiritualmente sem ter o poder de Deus sobre a sua vida. A unção tem de estar sobre você como esteve sobre Jesus Cristo (Lc 4.1,14). Somente com essa unção terá autoridade sobre os demônios e sobre as enfermidades. Não é poder ou capacidade humana que o fará realizar proezas e sim o poder de Deus. É nesse poder que se realiza a obra.

B – Vitória pessoal

Todos nós somos assaltados por idéias, por pensamentos, que, algumas vezes, diminuem-nos em relação ao nosso potencial e, outras vezes, aumentam demais o valor que possuímos. Somos tomados sensações de incapacidade para o confronto com o mundo das trevas, pensando que seremos envergonhados por acusações caluniosas do inimigo. Nossas fraquezas vêm claramente diante de nós quando a possibilidade de luta se apresenta, tornando-nos amedrontados. Quando isso ocorre, temos que lembrar que os méritos e a vitória estão no Senhor. “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus – Rm 8.1”.

1 – Vencer as próprias tentações

Um obreiro de cura e de libertação para batalhar com sucesso deve antes vencer suas próprias tentações, suas próprias falhas, seus próprios medos, ou seja, vencer o inimigo em sua própria vida. Jesus Cristo venceu, conforme Lc 4.2-13; Mt 4.1-11 e Mc 1.11,12. Jesus Cristo venceu o inimigo em seu território, nas tentações, isso foi necessário para ficar bem claro que Satanás não lograria êxito sobre a vida do mestre. A exemplo de Jesus, o guerreiro espiritual também necessita, firmado nos méritos do eu Senhor, Jesus Cristo, vencer, para que fique bem claro que quem domina sobre sua vida é o Senhor, o Deus vivo, aquele que reina pelos séculos sem fim.

2 – Após a vitória pessoal

Vencendo o inimigo, aceitar o desafio que o Senhor faz para tornar-se um guerreiro espiritual. Neste ponto, será necessário reforçar a convicção do seu chamado. Dúvidas jamais poderão penetrar o seu coração e nele fazer morada. Jesus, em Lc 4.18ss, demonstrou conhecer e ter bem nítidos para si os objetivos do seu ministério, quando disse:

“O Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e para proclamar o ano aceitável do Senhor – Lc 4.18,19”.

O guerreiro espiritual também precisa ter claros os objetivos do seu ministério dizendo: O Espírito do Senhor está sobre mim para ter autoridade sobre os demônios; para curar doenças (Lc 9.1); anunciar o Evangelho e fazer curas por toda parte (Lc 9.6); falar do Reino de Deus (Lc 9.11); para trabalhar como cordeiro no meio de lobos (Lc 10.3); para que os demônios se submetam a mim (Lc 10.17); para pisar serpentes e escorpiões; para ter autoridade sobre todo o poder do inimigo e não sofrer dano algum provocado por ele (Lc 10.19) e para sentir alegria por ser um cidadão do Céu (Lc 10.20).

C – Realizando um ministério vitorioso

Como diz a Cassiane em uma de suas músicas: “Com Cristo é vencer ou vencer”, não há outra opção. Assim, somos chamados ao exercício de um ministério vitorioso. Porém existem pedras no caminho que podem levar-nos à queda, impedindo que tenhamos êxito como guerreiros espirituais. Então, precisamos abrir os olhos e ficar atentos aos ensinos bíblicos. A Bíblia nos ensina como realizar um ministério vitorioso.

1 – O guerreiro espiritual precisa ter fé

Quando você sabe e definiu qual é o seu ministério, deve agir conforme a vocação recebida de Deus, com autoridade, para que as coisas aconteçam de modo positivo, ou seja, é preciso ter fé.

“Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta escritura aos vossos ouvidos. E todos lhe davam testemunho, e se admiravam das palavras de graça que saíam da sua boca – Lc 4.21,22”.

Jesus creu que era o Ungido de Deus e realizou o seu ministério firmado na sua crença. Falava e agia com tal autoridade que ninguém duvidava de que ele fosse o Filho de Deus, e que ninguém poderia fazer os sinais que ele fazia se Deus não fosse com ele. Jesus Cristo é o exemplo maior e como ele, você deve crer que é ungido por Deus, que tem o poder de Deus sobre si para realizar o seu ministério de guerreiro espiritual e vencer todo o poder do inimigo. Fé, sem ela é impossível agradar a Deus (Hb 11.6) e sem ela, é impossível também ter um ministério vitorioso.

2 – O guerreiro precisa manter-se no poder de Deus

O poder (unção) de Deus deve ser mantido sobre a sua vida. Isso se consegue pela intimidade com o Senhor, através da oração, do jejum (Mt 17.21) e da devoção diária (At 2.42). A intimidade com Deus se dá quando nos colocamos, em temor, a sós com Ele (Mt 6.6). Jesus Cristo tinha intimidade com o Pai, era sua prática o tempo de oração a sós com Deus (Lc 4.42).

“De madrugada, ainda bem escuro, levantou-se, saiu e foi a um lugar deserto, e ali orava. (Mc 1.35)”.

Você, meu irmão, guerreiro espiritual, não negligencie o seu tempo de oração, de comunhão, de devoção e de intimidade com o Pai, pois, é lá, a seus pés, que receberá a unção diária para o exercício do seu ministério.

3 – O guerreiro espiritual precisa manter-se humilde

Há afirmação divina, em Tg 4.6, de que Deus resiste ao soberbo, outros escritores bíblicos do Antigo e do Novo Testamento reforçam esta afirmação, como o Profeta Jeremias:

“Eis que eu sou contra ti, ó soberbo, diz o Senhor Deus dos exércitos; pois o teu dia é chegado, o tempo em que te hei de punir? – Jr 50.3131”.

Sabendo disso, com toda a certeza, o inimigo não perderá tempo querendo trazer a soberba e o orgulho ao seu coração. O inimigo tentou fazer isso com o Senhor em Lc 4.34,41 e Mc 1.44, dizendo “Tu és o Santo, o Filho de Deus”. Jesus se fez amigo e companheiro da humildade, não deixando que está afirmação tomasse conta de seu coração, pois, como era verdade, ele poderia ter chamado os Fariseus, os Saduceus, os Escribas e os Doutores da Lei e dito: Ouçam o que eles estão dizendo e saibam que eu sou o filho de Deus. Não foi esta a opção de Jesus, permaneceu fiel ao mandamento de seu Pai, sabendo que o poder (unção) que estava sobre ele era de Deus. Portanto o guerreiro espiritual deve ser alguém humilde, que valoriza a humildade e faz dela a sua companheira inseparável. O guerreiro espiritual sabe que Deus concede graça aos humildes (Tg 4.6); sabe que dos humildes é o Reino dos Céus (Mt 5.3); sabe que os humildes são elevados pelo próprio Deus (Lc 1.52); sabe que Deus habita consigo (Is 57.15). Entre outras afirmações que a Palavra faz em relação aos humildes. Ser humilde não é dizer eu sou humilde, mas é demonstração através de uma vida de testemunho e fidelidade ao Senhor.

D – Nem todos serão abençoados

Não serão todas as pessoas que receberão bênção em função de sua fé, do seu relacionamento com Deus ou como fruto de suas orações. Jesus Cristo sabia que era o Ungido, que tinha o poder de Deus sobre sua vida e pessoas davam testemunho a seu respeito, vejam:

“Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta escritura aos vossos ouvidos. E todos lhe davam testemunho, e se admiravam das palavras de graça que saíam da sua boca – Lc 4.21,22”.

Ainda assim, mesmo entre os que davam testemunho a seu respeito, havia as pessoas que não aceitavam os seus feitos por que o conheciam desde o seu nascimento: “e diziam: Este não é filho de José? – Lc 4.22b”. Por aí, deduz-se que quando se é preconceituoso, em relação ao obreiro, dando-lhe pouco valor, ou à obra de Deus, não se recebe a bênção desejada. Pois, as pessoas que assim procedem, demonstram algumas atitudes negativas e bloqueadoras da bênção.

1 – Falta de fé do necessitado

Falta de fé nos atos poderosos de Deus, por serem prisioneiros de sua doutrina ou de seus costumes (Lc 4.25-27). A maioria dos que são assim, sem fé, não aceita que eles são sem fé, porém, suas atitudes os denunciam:

“Todos os que estavam na sinagoga, ao ouvirem estas coisas, ficaram cheios de ira e, levantando-se, expulsaram-no da cidade e o levaram até o despenhadeiro do monte em que a sua cidade estava edificada, para dali o precipitarem – Lc 4.28,29”.

Dá para imaginar que pessoas que agem desse jeito com o Ungido de Deus têm fé? Que são pessoas de Deus? Claro que não. Encontramos nos bancos de nossas Igrejas, bem como nos róis de membros das Igrejas, nas diversas denominações, pessoas que têm este tipo de atitude. Não matam os ungidos de Deus, nem os jogam em despenhadeiros, somente por que temem a prisão e o serem julgadas pela justiça, caso contrário, não tenha dúvidas de que fariam a mesma coisa, como aqueles que tentaram contra Jesus. A sua forma de agir hoje é em desmoralizar, através de falatórios improcedentes, não firmados em verdades, levantando calúnias ou procurando coisas do passado do ungido, para desonrá-lo diante da comunidade, que por sua vez, acaba esquecendo-se que Jesus Cristo é suficiente para o perdão de qualquer falha que tenhamos cometido (Jo 1.9). Para mim, fica claro que esse tipo de gente não será abençoado por Deus.

Ainda assim, eu creio que é possível o arrependimento por aqueles que cometeram pecados dessa natureza e a aceitação dos feitos de divinos, através de seus servos vocacionados e receberem a bênção da salvação, da cura e da libertação, tornando-se cidadãos dos Céus. É necessária a abertura para o que Deus pode fazer, vencer os obstáculos, vencer a batalha e receber curas físicas, emocionais e espirituais, como a viúva de Serepta e Naamã, o Sírio, evitando-se a dureza do coração para não ficar como os demais relatados no texto abaixo, doentes e possuídos pelos espíritos malignos.

“Em verdade vos digo que muitas viúvas havia em Israel nos dias de Elias, quando céu se fechou por três anos e seis meses, de sorte que houve grande fome por toda a terra; e a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva em Serepta de Sidom. Também muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta Elizeu, mas nenhum deles foi purificado senão Naamã, o sírio – Lc 4.25-27”.

Conclusão

Na Palavra de Deus encontramos tudo para a nossa salvação, para nossa cura, para nossa libertação. Afinal, Deus é tudo para nós, ou não? “Respondeu-lhes Jesus: Porventura não errais vós em razão de não compreenderdes as Escrituras nem o poder de Deus? – Mc 12.24”

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