Os sinais da volta de Jesus

Introdução

– Estamos iniciando com este sermão uma série de mensagens que tem como tema geral: “A Volta de Jesus” e texto bíblico chave, Mateus 24:14: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (NVI). A partir disso, queremos nesses domingos trabalhar com a igreja aspectos da volta de Jesus.
03/09 – Os sinais da volta de Jesus ; 10/09 – O preparo para a volta; 17/09 – Enquanto ele não volta; 24/09 – Critérios do Julgamento Final; 01/10 – A colheita final.

– Uma série de mensagens como esta, sobre a volta de Jesus, faz-se necessária pois hoje muitos cristãos até crêem na 2ª vinda de Jesus, mas cultivam muitas dúvidas, medos e até idéias irreais sobre como será; outros já não acreditam mais na volta de Jesus ou não desejam a sua volta, como os cristãos do Novo Testamento desejavam.

– Recordo-me de um pastor evangélico que esteve no Canadá há alguns anos e disse com essas palavras: “aquelas pessoas não querem Jesus”. Recentemente um líder de nossa igreja afirmou que nos EUA, cristãos de determinada igreja evangélica vivem um estilo de vida tão arraigado a este mundo que praticamente estão orando para que Jesus não volte agora. Também, se fizermos uma pesquisa na hinologia e pregações de nossas igrejas, vamos perceber que neste último século a ênfase na volta de Jesus foi diminuindo dia a dia!

– Ao nos debruçarmos sobre Mateus 24:1-14, temos que fazer algumas considerações, sobre a importância de estudarmos os sinais da volta de Jesus. 1. Em João 14:1-3 lemos que Jesus vai para o Pai, mas promete que voltará. Em Atos 1:11, dois homens vestidos de branco asseguram na ascensão de Jesus que da mesma maneira que os discípulos o viram subir, o veriam retornando, mas que ninguém saberia quando, exceto o Pai (Mateus 24:36). 2. Sabemos que dentro da Escatologia (estudo das coisas finais da história na perspectiva bíblica) há vertentes teológicas que elaboraram o seu entendimento sobre a volta de Jesus (pré-milenarismo, milenarismo, pós-milenarismo, amilenarismo) e não queremos pregar ou defender uma delas, mas simplesmente afirmarmos que Jesus vai voltar. 3. Paulo em Romanos 13:11 afirma que devemos entender o tempo que estamos vivendo, a noite está quase acabando e o dia logo vem, a volta de Jesus (v.12). Nesse sentido, o que podemos aprender com os sinais da volta de Jesus?

I – O cuidado em não cairmos no engano dos falsos ensinos (vv.1-5)

– Quando falamos na volta de Jesus não podemos de maneira nenhuma dizer a hora, data e local. Também não temos algum versículo na Bíblia que nos mostre isso. Na realidade o que temos são sinais que nos ajudam a ter uma direção, uma idéia de como e quando será. Sei de pessoas que já erraram a entrada de uma cidade, de um evento, de uma casa por falta de sinalização. Este ano ao pregarmos em uma igreja de difícil localização em Londrina, a pessoa que estava nos esperando em um determinado local, por falta de combinarmos um sinal, acabou nos desencontrando.

– No v.4 vemos que uma das preocupações de Jesus era alertar seus discípulos e conseqüentemente a igreja sobre a possibilidade deles serem enganados por falsos ensinamentos. Você já foi enganado por alguém? Já recebeu uma informação errada? As conseqüências geralmente são desastrosas. O engano de acreditar em pessoas que falam em nome de Jesus, que até dizem ser Jesus, mas não são de Deus (v.5), que se denominam profetas do Senhor, mas que só buscam enganar as pessoas (v.11). Apenas ressaltando que quando Jesus diz: cuidado que ninguém os engane, ele está se referindo sobre aqueles que pregam heresias (meias verdades e distorções do ensino de Cristo e de sua volta).

– Quantos líderes religiosos se levantaram ao longo da história afirmando serem Jesus ou pregando a data e local da volta dele? Centenas e hoje um número expressivo de líderes religiosos, pessoas que pregam na televisão, rádio, Internet, templos, praças, que se dizem arautos do Rei, que se dizem pastores, missionários, profetas, bispos, apóstolos, e com isso não queremos julgá-las, mas constatar fatos de que falsos cristos e falsos profetas estão afastando as pessoas de Deus, pois pregam uma coisa, vivendo outra (Mateus 23:3 e 15) e ensinam princípios distorcidos da Palavra (1 Timóteo 4:1-3). .

– Em Efésios 5:6 de alguma maneira Paulo se preocupa dizendo que devemos tomar cuidado para não sermos enganados. Da mesma forma ele escreve em Colossenses 2:4 sobre argumentos que parecem convincentes, mas são enganosos e tudo devido à apostasia que se instaurará antes da volta de Jesus, que leva a esse engano, que novamente Paulo combate em 2 Tessalonicenses 2:3.

– Como igreja temos que tomar cuidado com o que temos ouvido, que tipo de ensino tem adentrado nossas casas, o que estamos aprendendo sobre a volta de Jesus. Pois novamente em Mateus 24:24 Jesus ressalta que esses falsos cristos e profetas têm como objetivo enganar até os escolhidos.

II – Temos que permanecer firmes diante das tribulações e adversidades (vv.6-13)

– Talvez os discípulos imaginassem que a resposta a pergunta que eles fizeram no v.3 seria de que a volta de Jesus seria em meio a um tempo de paz, que ele voltaria a um mundo perfeito dominado pela fé cristã, com ausência de mazelas e dificuldades. Isso nos preocupa, pois nesses últimos anos tem se pregado um cristianismo triunfalista, do estar no trono sem passar pela cruz, mas para estar no trono, como Tiago e João almejavam (Marcos 10:35-40), é necessário passar pela cruz (Marcos 8:34-38), que é o cristianismo triunfante.

– Se lermos atentamente Mateus 24:6-13, perceberemos que o prognóstico de Jesus, dos acontecimentos que circundam sua volta é um contexto de guerras, fome, terremotos, perseguição, traições e esfriamento espiritual, por isso em João 16:33 Jesus nos exorta a termos bom ânimo, mesmo enfrentando tudo isso, devemos ter bom ânimo.

– Sabemos que essas tribulações e adversidades se referiam às situações que os discípulos enfrentariam após a ascensão de Jesus e, de fato, isso ocorreu, pois os apóstolos tiveram um ministério calcado em prisões, açoites, perseguições, dificuldades, e exceto João, mortes trágicas. Um exemplo foi o apóstolo Tiago que foi morto à espada pelo rei Herodes (Atos 12:2). Queremos ressaltar que nós estamos inseridos nessa realidade, esses acontecimentos relatados por Jesus são sinais universais, para todos os crentes. Dr. Russel Shedd em seu livro: Escatologia do NT diz que repetidas vezes através dos longos anos da história, a igreja verdadeira passou por torturas e aflições (p.21).

– Duas expressões de Jesus nos chamam a atenção nos vv.6-13. No v.6 Jesus diz aos seus discípulos que eles não deveriam ter medo e no v.13 Jesus afirma que quem perseverar até o fim será salvo. Não temer e perseverança, são duas palavras que estão intimamente ligadas à vida de um cristão e discípulo de Jesus (1 João 4:18; Hebreus 12:1-3). Um teólogo cristão chamado J. Dwight Pentecost escreveu em seu manual sobre escatologia que as Escrituras fazem amplo uso da doutrina da segunda vinda de Cristo como princípio de exortação.

– Na realidade, foi isso que Jesus fez com seus discípulos, e em vários momentos no Novo Testamento vemos os apóstolos incentivando os cristãos a permanecerem firmes se lembrando da volta de Jesus, de que ela está próxima. (Filipenses 1:6; 1 Tessalonicenses 4:13-18; 1 João 2:28). Temos que permanecer firmes diante das tribulações e adversidades descritas em Mateus 24:6-13, pois de acordo com Jesus é necessário que essas coisas aconteçam (v.6), e porque aquele que perseverar até o fim será salvo (v.13).

III – A evangelização das nações é a evidência maior da volta de Jesus (v.14)

– Até aqui vimos que os sinais da volta de Jesus nos exortam a cuidarmos em não seguir os falsos cristos e profetas, que se levantam nesses dias, para tentar afastar-nos do caminho de Deus. Também temos a certeza de que a compreensão desses sinais nos leva a permanecermos firmes diante das tribulações e adversidades. Porém, para entendermos este terceiro ponto, temos que refletir essa série de acontecimentos que culminam com a evangelização de todas as nações (etnias) (v.14). Apenas lembrando que países são unidades geopolíticas e nações são etnias.

– Ao ler Mateus 24:1-14 temos a impressão que estamos lendo uma reportagem publicada em um jornal ou revista de circulação nacional esta semana. Nunca se viu tantas guerras como hoje, poderíamos citar inúmeros países que estão em conflito (Haiti, Timor Leste, Afeganistão, Iraque, Israel, Líbano; inúmeros países da África que estão em constantes guerras civis, Coréia do Norte e Japão), além dos atos terroristas. A fome assola grande parte da população mundial, um exemplo é a nossa cidade: uma pesquisa divulgada há duas semanas em um dos jornais, demonstra que em todas as regiões de Londrina existem bolsões de pobreza, onde mais de 62 mil pessoas vivem abaixo da linha da miséria. A cada ano aumenta a incidência de terremotos, maremotos, furacões, aquecimento global e desertificação do mundo. De acordo com dados da Missão Portas Abertas, em nenhuma outra época da igreja os cristãos sofreram perseguição como hoje, principalmente nos países com intolerância religiosa. Além disso, temos o conhecimento de que existem milhões de seitas e religiões que pregam a Bíblia e falam sobre Deus deturpadamente; também temos nas igrejas, um número expressivo de cristãos nominais, que são cristãos apenas por religiosidade ou conveniência.

– Mesmo tendo dados para afirmar que Jesus está prestes a voltar, de acordo com o v.14, sua volta está atrelada ao cumprimento da missão que recebemos de Jesus em Mateus 28:18-20, onde fomos comissionados a fazer discípulos de todas as nações, pregando o evangelho a toda criatura (Marcos 16:15), sendo testemunhas de Jesus no poder do Espírito Santo (Atos 1:8).

– Em uma Conferência Missionária, um pastor, em sua preleção afirmou que em um recente congresso mundial de missões, missiólogos do mundo inteiro fizeram uma previsão estatística de que em vinte anos, aproximadamente, todas as nações terão ouvido as boas-novas do Evangelho. Glória a Deus, pois de acordo com Mateus 24:14 depois virá o fim. É por isso que Paulo escreve em 1 Coríntios 9:16: “Contudo, quando prego o evangelho, não posso me orgulhar, pois me é imposta a necessidade de pregar. Aí de mim se não pregar o evangelho”.

Conclusão

– Refletimos neste sermão sobre a volta de Jesus. É evidente que ele de fato está voltando, os sinais da sua vinda são perceptíveis, sendo possível extrair para nossas vidas lições práticas e objetivas como:
I – O cuidado em não cairmos no engano dos falsos ensinos (vv.1-5)
II – Temos que permanecer firmes diante das tribulações e adversidades (vv.6-13)
III – A evangelização das nações é a evidência maior da volta de Jesus (v.14).

– Nesse sentido, temos que atentar para as palavras de Jesus em Mateus 24:32-33:
“Aprendam a lição da figueira: quando seus ramos se renovam e suas folhas começam a brotar, vocês sabem que o verão está próximo. Assim também, quando virem todas estas coisas, saibam que ele está próximo, às portas”.

– Sabendo disso, William Steffe escreveu:
“Já refulge a glória eterna de Jesus o Rei dos reis, breve os reinos deste mundo seguirão as suas leis, os sinais da sua vinda mais se mostram cada vez, vencendo vem Jesus!
Glória, Glória, Aleluia, vencendo vem Jesus”.

– Que Deus nos abençoe e nos ajude a estarmos vigilantes aos sinais da volta de Jesus, levando o evangelho a todas as nações. Em nome de Jesus, Amém!

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