Algumas áreas em que podemos sair vitoriosos

“31 Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? 32 Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? 33 Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. 34 Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. 35 Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? 36 Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. 37 Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.

INTRODUÇÃO:

1. Vivemos neste mundo debaixo de uma guerra sem precedentes! É uma guerra, cujos inimigos são espirituais, não físicos. “Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes”, Ef 6.12.

2. Em razão de nossos inimigos serem espirituais, nossas armas devem ser também espirituais. Paulo fala em Efésios 6.13-18 de alguns instrumentos espirituais que devemos usar para sairmos vitoriosos numa batalha espiritual. Entre estes instrumentos estão:

a “Armadura de Deus” (cobertura do corpo);
a “Verdade”, (cinturão);
a “Couraça da Justiça” (parte da armadura que cobria o peito e as costas dos soldados);
a “Preparação do Evangelho da Paz”, (proteção para os pés);
o “Escudo da Fé” (proteção contra lanças e dardos do diabo);
o “Capacete da Salvação” (proteção para a cabeça);
a “Espada do Espírito”, (Palavra de Deus – arma de ataque).

Estes instrumentos devem ser usados debaixo de oração e dependência do Espírito Santo. Preparados desta maneira, podemos enfrentar as hostes infernais que atuam neste mundo!

3. Outro fator de grande importância em nossa luta contra o mal, é o fato de que temos Deus de nosso lado. Notem que Paulo inicia o texto da seguinte maneira: “Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? 32 Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?”

4. Quando Paulo fala no v. 37, que em “…todas estas coisas somos mais do que vencedores por meio daquele que nos amou”, evidentemente nos sugere algumas coisas diante das quais sairemos vencedores. Olhando atentamente para o texto, descobriremos quais são estas “coisas”.

VAMOS VER NESTA NOITE ALGUMAS COISAS DIANTE DAS QUAIS SEREMOS MAIS DO QUE VENCEDORES:

I – SEREMOS MAIS DO QUE VENCEDORES CONTRA AS ACUSAÇÕES QUE NOS SÃO DIRIGIDAS, PORQUE É DEUS QUEM NOS JUSTIFICA

V. 33

“Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica”.

Nota: A palavra “acusação”, vem do grego “egkalew” – egkaleo e significa “chamar contra”, “trazer carga de pólvora contra”.

1. Antes de falarmos destas acusações a nós dirigidas, devemos ter em mente que quem está por trás daqueles que nos acusam é o diabo, pois é ele que é descrito na Palavra de Deus como “Acusador”.

Ap 12:10, “Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus”.

Este texto nos mostra claramente que o diabo é o grande acusador que nos acusa diante de Deus dia e noite. Aqui na terra certamente ele usará pessoas para nos acusar e tentar nos desqualificar.

2. Ainda que estejamos cercados de pessoas usadas pelo inimigo para nos acusar, não podemos nos esquecer que somos “eleitos de Deus”, “justificados pelo sangue de Cristo” e as acusações contra nós baterão no “Escudo da Fé”, e não nos atingirão. Muitos filhos de Deus sucumbem diante das acusações do diabo, usando pessoas evidentemente, porque desconhecem o seu direito e posição em Cristo. Vejam abaixo o seguinte comentário:

“Os cristãos primitivos tinham como outros adversários os pagãos incrédulos, e os judeus legalistas, que recusavam a reconhecer a justificação pela graça, mediante a fé; tais adversários, entretanto, eram tão-somente advogados do reino das trevas, o poder do qual é o próprio diabo. Porém nem Satanás e nem os seus subordinados poderão jamais impressionar a Deus favoravelmente, com as suas falsas acusações, porquanto os eleitos já foram libertados, e isso é uma decisão justa do mais elevado tribunal do universo, pelo próprio Juiz de todas as coisas”.(1)

3. Vejamos o que Jesus nos disse no chamado “Sermão da Montanha”: “11 Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. 12 Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós”, Mt 5.11-12.

a) O contexto desta passagem é, na verdade, o contexto de um tribunal, onde pessoas usam da injúria, da calunia, da mentira e da perseguição para tentar incriminar o servo de Deus. Quantos filhos de Deus sofrem estas acusações? Será que você está passando por isso?

b) Porém temos no texto uma promessa maravilhosa do Senhor: “sois bem-aventurados”, “regozijai-vos e exultai, porque o vosso galardão será grande nos céus”. Todos aqueles que querem viver debaixo do cuidado de Deus, certamente sofrerão, como sofreram os profetas no passado – “pois assim perseguiram os profetas que foram antes de vós”.

c) Vejam o conselho de Paulo a Timóteo em 2 Tm 3.10-12: ” 10 Tu, porém, tens seguido, de perto, o meu ensino, procedimento, propósito, fé, longanimidade, amor, perseverança, 11 as minhas perseguições e os meus sofrimentos, quais me aconteceram em Antioquia, Icônio e Listra, — que variadas perseguições tenho suportado! De todas, entretanto, me livrou o Senhor. 12 Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos”. É digno de nota o que Paulo fala: “De todas elas o Senhor me livrou”.

4. Nos firmando no Senhor, seremos livres de qualquer acusação!

II – SEREMOS MAIS DO QUE VENCEDORES CONTRA QUALQUER CONDENAÇÃO A NÓS IMPETRADA, PORQUE CRISTO MORREU, RESSUSCITOU E ESTÁ À DIREITA DE DEUS INTERCEDENDO CONTINUAMENTE POR NÓS

“Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós”.

Nota: A palavra “condenar”, vem do grego “katakrinw” – katakrino, e significa “impetrar julgamento contra”, “ser julgado merecedor de castigo, de condenação”

1. A pior condenação que pesa sobre nós é a condenação imposta pelo diabo. Da mesma forma que ele nos acusa, também tenta nos condenar diante de Deus. Um dos exemplos de como o diabo usa a condenação para atingir os filhos de Deus está em 1 Timóteo 3:6: “não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo”. É por esta razão que Paulo nos alerta para não darmos lugar ao diabo: “não deis lugar ao diabo”, Ef 4.27.

2. Não devemos nos esquecer do que Paulo fala em Rm 8.1-2: “1 Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. 2 Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte”.

a) A condenação era a pena imposta a todos os homens que viviam no regime da lei, no Velho Testamento, Rm 5:18a, “Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação…”. Notem que Paulo fala em no texto em “todos os homens”. Todo ser humano foi atingido com o pecado de Adão e são dignos de condenação: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”, Rm 5.12.

b) Agora, porém, debaixo da graça de Cristo, o poder da condenação ficou sem efeito para aqueles que pela fé se tornaram filhos de Deus, Rm 5.18b, “…assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida”. Hoje, em Cristo, estamos debaixo de uma lei maior a “Lei do Espírito de Vida”, que nos livrou da “Lei do Pecado e da Morte”.

c) Vejam que foi um só ato de justiça, a morte de Cristo, que nos trouxe a definitiva libertação da condenação: ” Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”, Jo 8.36.

3. Novamente encontramos muitos filhos de Deus que estão aceitando as condenações do diabo e seus aliados e por esta razão estão vivendo em intenso sofrimento! Querido, não esqueça que você é livre em Cristo Jesus! Se algo tem lhe oprimido, levando você a uma auto condenação, ou existe alguém usado pelo diabo para condená-lo, declare sua libertação em Cristo!

4. Devemos lembrar que Cristo morreu por nós, ressuscitou e está à direita do Pai, vivendo a interceder por nós. Haverá alguém que poderá levantar acusação contra nós e nos condenar?

III – SEREMOS MAIS DO QUE VENCEDORES, POIS NADA PODERÁ NOS SEPARAR DO AMOR DE CRISTO

“Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?”

Nota: Temos no texto a palavra grega “agaph” – agape – “amor”. É o “amor sacrifício”, “amor doador”, “amor entrega”. É com este amor que Cristo ama todos os homens e também sua Igreja

1. É evidente que quando Deus elaborou o plano e o propósito de salvar o homem de seus pecados mediante o sacrifício de Cristo, Ele o fez em razão de seu profundo amor por nós:

a) Jo 3.16, ” Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

b) Rm 5.8, “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”.

2. Veja agora o que Paulo nos traz a conhecer: “Nada poderá nos separar do amor de Deus”. Tal verdade nos mostra a intensidade do amor de Deus pelo pecador. É por esta razão também que João nos fala que Deus nos amou “…de tal maneira”, descrevendo o quando foi intenso o Seu amor por nós. Este amor intenso nos protege de sermos devorados por algumas coisas más relacionas pelo apóstolo:

Nota: Observe que o texto não diz que não sofreremos a ação destas coisas! Porém se elas vierem sobre nós, não poderão nos separar do amor de Deus, demonstrado mediante o sacrifício do Senhor.

a) Tribulação, grego “yliqiv” – thlipsis, “apertar”, “pressionar”, “afligir”, “aborrecer”. Já vimos que as tribulações certamente virão sobre nós, mas Deus nos livra de todas elas, Sl 37.4, “Clamam os justos, e o SENHOR os escuta e os livra de todas as suas tribulações”.

b) Angústia, grego “stenocwria” – stenochoria, “lugar estreito”, “calamidade medonha”, “aflição externa”. Normalmente provocada por uma pressão externa movida pelo diabo.

c) Perseguição, grego “diwgmov” – diogmos, “perseguição”. Normal a todos aqueles que vivem uma vida cristã genuína. “

d) Fome, grego “limov” – limos, “carência”, “escassez de colheita”. Paulo mesmo nos fala que algumas vezes sofreu fome, 1 Co 4:11, “Até à presente hora, sofremos fome, e sede, e nudez; e somos esbofeteados, e não temos morada certa”.

e) Nudez, grego “gumnothv” – gumnotes, “nudez do corpo”. Alusão à falta de roupas, veja também 1 Co 4.11.

f) Perigo, grego “kindunov” – kindunos, “qualquer perigo que ameaça”. Quantas vezes somos expostos ao perigo pelo amor ao trabalho de Deus?

g) Espada, grego “macaira” – machaira, “instrumento de lamina cortante”. A espada na Palavra de Deus e sinônimo de morte, “Quem for achado será traspassado; e aquele que for apanhado cairá à espada”, Is 13.15. Muitos filhos de Deus foram mortos por amor a Jesus: Estevão, Tiago (morto por Herodes, literalmente “fazendo passar a fio de espada a Tiago, irmão de João”, At 12.2) e muitos outros em todos os tempos.

3. Porém, não podemos nos esquecer que mesmo nos advindo tremendas coisas ruins, elas não atingirão nosso espírito e nada disso poderá nos separar do amor de Deus!

CONCLUSÃO:

1. Ilustração. A morte de Estevão, o primeiro mártir cristão. Mesmo sendo acusado falsamente, e condenado à morte por apedrejamento por um tribunal ilegítimo, Estevão não permitiu que isto lhe tirasse sua gloria de verdadeiro filho de Deus, podendo ainda orar pelos seus algozes. Seu crime foi pregar a Palavra de Deus!

2. Se você, como filho de Deus, tem sofrido de falsas acusações, tem sido acossado por tribulações, angústias, pressões demoníacas e outras coisas semelhantes, saiba que Deus lhe concederá a vitória se você permanecer firme na fé.

3. Lembre-se de que nada poderá nos separar do amor de Deus que foi demonstrado através do sacrifício de Cristo!

Notas:

(1) Champlin, Russel Norman, Ph. D., “O Novo Testamento Interpretado”, Sociedade “A Voz Bíblica”, Vol. III, pg. 730.

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