Para uma grande maioria, Reino de Deus apresenta-se como algo distante, intocável, difícil de ser alcançado. É uma definição voltada exclusivamente para o futuro, sem nenhuma manifestação presente, concreta e motivadora.
O texto acima oferece subsídios claros de como Jesus tratava essa e outras questões com objetividade, usando seus métodos simples e esclarecedores. Enquanto os adultos estavam preocupados com grandes acontecimentos, que talvez para eles significassem manifestações do Reino, Jesus resume tudo – e muito mais – na figura de uma criança. É dele a expressão: “Não as embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o Reino dos Céus”. Ao abençoar aquelas crianças, o Mestre dá-nos lições vivas de que a benção pode ser vista como sinal de:
ESPERANÇA
A Bíblia está cheia de exemplos que mostram a alegria de um lar quando da chegada de uma criança. Os pais viviam a expectativa de transformação da sociedade, projetada na vida dos seus filhos. A chegada de uma criança provoca o renascer da esperança (por exemplo: Isaque, Samuel, João Batista, etc…). Em um mundo onde muitos esperam pelo nada. Vale a pena pensar em nossa atuação frente às crianças das nossas igrejas. É preciso reconhecer que muitas vezes nos tornamos insensíveis e/ou anestesiados diante da realidade humana. Não conseguimos mais transmitir esperança. Nessas horas, sempre é bom recordar o conselho do Apóstolo: “Esperança que se vê não é esperança (Rm 8:24).
SALVAÇÃO
Recordemos a atitude de Simeão quando tomou Jesus nos braços: “…Os meus olhos já viram a tua salvação” (Lc 2:30). Havia uma expectativa de mudança porque a salvação acabara de chegar. Ao abençoar as crianças, Jesus nos ensina algo novo no ar. Algo a ser descoberto, sentido e vivido. A benção de Jesus proporciona segurança às mães, estabilidade emocional às crianças e lição de vida aos discípulos.
REINO DE DEUS
O gesto de Jesus não deixa dúvidas. O Reino presente é algo visível, porque as crianças são habitantes eternas deste Reino. A incompreensão dos discípulos vem nos ensinar que as crianças têm lugar de destaque nos braços do mestre. Não é possível impedi-las porque o Senhor do Reino é quem quer recebe-las. Pensemos em nossas Igrejas!
O sorriso de uma criança é algo sensibilizador. Talvez por isso o salmista chegou a dizer que “Herança do Senhor são os filhos” (Sl 127:3). Se recebemos uma herança, precisamos cuidar com carinho e consideração. Criança lembra estrebaria, de onde vem a esperança, salvação e Reino de Deus no meio de nós. Ao abençoar aquelas crianças, o Mestre deixou-nos a lição de que devemos ser bênçãos a todos aqueles que desejam viver sob os princípios do reino.
Em um país como o nosso, onde milhões lutam desesperadamente pela sobrevivência, que sejamos uma voz profética a ensinar que a benção de Deus é um sinal vivo de esperança e salvação a todos os que desejam habitar no Reino que pertence ao Mestre dos mestres.