Os ensinos de Jesus sobre a oração

Texto: Lucas-11.1:1

a. Ao ver o efeito que a oração produzia em Jesus, os discípulos pediram a Ele que os ensinasse a orar.

Lucas 11:1: “Estava Jesus em certo lugar orando e, quando acabou, disse-lhe um dos seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos.”

b) Jesus atendia ao povo durante todo o dia, e também se desgastava com os hipócritas que o seguiam todo o tempo “para ver se o pegavam em alguma palavra, para o acusar.”

Ao sair dos momentos de oração – que muitas vezes duravam a noite toda – Jesus estava recomposto, alegre e com energia para enfrentar novamente o fardo de Sua vida pública.

Os discípulos devem Ter desejado ardentemente conhecer como desfrutar desta fonte de energia e pediram que os ensinasse a orar.

c) Este desejo de orar melhor vem a nós quando sentimos que nossa oração é ineficaz, quando estamos com a alma pesada. Quando é difícil o caminho de retorno a Deus pela comunicação interrompida.

Quantas vezes este não é também o nosso desejo: ficamos anos sem conversar com o Pai e quando o fazemos, isto se dá de maneira formal, sem poder.

d) “O melhor modo de ensinarmos as pessoas a orar é nós mesmos orarmos.” “Se desejamos que nossos filhos ou alunos orem, nós mesmos temos que orar.” Frederick Meyer, em [1], p. 72.

e) A resposta de Jesus foi repetir, em Lucas 11:2-4, o que já havia dito às multidões, no Sermão da Montanha (a partir de Mateus 5). Como a dizer: “o importante eu já disse; mas vou repetir a vocês…”

“Ao que ele lhes disse: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano; e perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo aquele que nos deve; e não nos deixes entrar em tentação, (mas livra-nos do mal.)”

Como Jesus repetiu, certamente será importante para nós meditarmos nestas palavras.

Há muito mais teologia e Evangelho nas palavras da oração do Pai Nosso do que imaginamos.

OS ENSINOS DE JESUS – AS FASES DA ORAÇÃO

Na verdade, Jesus ensinou sobre a oração em três momentos, como que mostrando três aspectos da oração: relacionamento, perseverança/continuidade e como conduto de recursos.

a) Mateus 6 – O Pai Nosso tem como base definir claramente qual deve ser nosso relacionamento com Deus;

b) Lucas 18 – Parábola do juiz iníquo. Melhor seria: a parábola da viúva impertinente – a importância da perseverança e urgência na oração;

c) João 14 – Despedida de Jesus/ consolo: Oração como conduto de recursos.

João 14:13 e 14: “E tudo quanto pedirdes em Meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho, se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.”

1 – Orar é pedir: Nós não gostamos de orar, porque pedir exige humildade e revela dependência de nossa parte; [2], p. 35.

2 – “Em Meu nome” – Pelos méritos de Jesus. Não pelos nossos, mas como quando estamos sacando um cheque de outrem num banco, quando não temos dinheiro nenhum. – O que existe é um mérito dele. No banco do Céu não temos crédito, mas Jesus o tem ilimitado. Adaptado de R.ª Torrey, citada em [2], p. 35

3 – “Tudo” – Devemos colocar todos os aspectos de nossa vida na oração, não omitir nada. Na oração o que é omitido pode bloquear completamente a sinceridade da comunicação.

4 – “Eu o farei” – Fará tudo? “Se Deus tivesse concedido todas as orações tolas que já fiz na vida, onde estaria agora?” C. S. Lewis, citado em [2], p. 36.

Condições para que Jesus faça tudo o que pedirmos: João 15:7

“Se permanecerdes em Mim…” – estar ligado a Cristo em comunhão íntima pelo poder do Espírito Santo; Idem.

“E as Minhas palavras permanecem em vós…” – orar de acordo com a Palavra, segundo a vontade de Deus. “Ó Senhor, concede que eu possa fazer a tua vontade como se fosse a minha, para que possas fazer minha vontade como se fosse a tua” (Agostinho). Ibidem.

A ORAÇÃO DO SENHOR – O PAI NOSSO

I – Instruções sobre a oração no Sermão do Monte – Mateus 6:6-8

Jesus, ao ver as multidões que o aguardavam e o seguiam, subiu ao monte e lhes ensinou coisas novas e colocou no enfoque correto coisas já conhecidas. Entre elas, a oração.

Vejam este enfoque nesta síntese de meditações elaboradas pelo pastor Paulo Barbosa, [3]:

a) “Tu, quando orardes…” (Mateus 6:6)

1. Não foi SE orardes. Foi como se Jesus falasse “quando comerdes…”. Nisto afirmou que a oração é o verdadeiro alimento da alma, indispensável espiritualmente.

2. Crente que não ora é o mesmo que ser vivo que não respira à não existe!

b) “…entra no teu quarto…” (Mateus 6:6)

1. Quarto da alma: lugar de oração – lugar de total concentração, sem ruídos de comunicação ou desconcentração. Intensidade de relação, totalidade da alma;

Cita o pastor Meyer que João Wesley contava que sua mãe tinha tantos filhos que cobria o rosto com o grande avental para poder orar. Este era o seu quarto…

2. O Filho do pastor notou que o seu pai saía diferente de quando entrava na sala de oração. Para o menino, aquilo era a sala da transfiguração.

Como saímos da sala de oração? Iguais? Os outros tomam conhecimento de que estivemos com Jesus, na presença de Deus?

Oração eficiente e eficaz – aquela que muda nosso estado de espírito – entramos de um jeito e saímos de outro

c) “…não useis de vãs repetições…” (Mateus 6:7)

1. Adversários de Elias – de manhã até meio-dia orando a Baal (I Reis 18:26)

2. Os efésios, supondo que Paulo e seus amigos blasfemassem contra sua deusa Diana, gritaram por quase duas horas: “Grande é a Diana dos Efésios” – Atos 19:34

3. Hoje em dia, ainda, alguns religiosos se utilizam de repetições, como meditar sobre a sílaba OM até durante dias seguidos ou repetir frases (“Allah el Allah!”/”Deus é Deus!”) até 3.000 vezes em falecimentos.

4. Será que nossas orações repetidas, não estão refletindo o nosso aprendizado, o nosso relacionamento de há meses atrás? Será que não há nada novo em nosso relacionamento com Deus?

5. Isto não quer dizer que não podemos repetir as nossas orações, mas sim que estas devem refletir nosso sentimento, o que vai em nosso coração.

Podemos repetir a oração do Pai Nosso, mas devemos compreendê-la, meditar nela.

II – O Pai Nosso

Jesus respondeu ao pedido dos discípulos com a mesma oração que havia dito à multidão, alguns meses antes. O Mestre apenas reiterou as profundas diretivas que havia dado anteriormente.

Ao invés de fazer uma exposição teórica de oração, Ele deu um modelo, para que os discípulos, pudessem aprender a orar, orando – na verdade, a única forma de aprender. Foi para nós também que Ele deixou estes ensinamentos.

“Palavras tão simples que mesmo as crianças entendem, mas tão profundas que os sábios se maravilham delas – e que os materialistas não conseguem compreender.” Frederick Meyer.

a) “Pai” (Mateus 6:9)

Uma simples palavra encerra uma quantidade enorme de conhecimento.

1. Primeiro, o significado mais óbvio: a palavra pai encerra uma relação de carinho e proximidade, sentir-se bem na presença.

2. Segundo, a palavra dita aqui por Jesus estava em aramaico (e não em grego) – ‘Abba’ (papai). Esta era uma das duas palavras que os bebês aprendiam, junto com ‘imma’ (mamãe). Durante o período intertestamentário esta palavra passou a ser usada pelos adultos, numa forma carinhosa aos seus pais, no sentido de ‘pai querido’. Era esta a maneira que Jesus sempre se referia, ‘pai querido’. A única exceção, foi na cruz (Eli, Eli, lemá sabactani/ Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste? Mat. 27 :46; Mar. 15:34), numa citação do salmo.

Este tratamento de Jesus ao Pai demonstra uma relação de confiança, dependência e reconhecimento de autoridade. Reconhecendo a si mesmo como filho, submisso e guiado. Ensina assim como deve ser nossa relacionamento com Deus. “Firme como o aperto de mão de pai”, dizia uma antiga propaganda.

b) “Pai Nosso” (Mateus 6:9)

1. Mas Jesus não o chamou apenas de PAI, o chamou de PAI NOSSO.

Com isso, Ele se identifica como nosso irmão. Heb. 2:11 – “Não se envergonha de nos chamar de Seus irmãos”

2. E se identificando conosco, reafirma que o Pai nos ama tanto quanto ama a Jesus Cristo. João 17:23: “eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, a fim de que o mundo conheça que tu me enviaste, e que os amaste a eles, assim como me amaste a mim.”

3. Fazendo esta oração, reconhecemos a todos como irmãos. Por isso, a oração, se egoísta, se não incluir aos outros é contraditória, é falsa.

c) “Que está nos Céus” (Mateus 6:9)

1. Jesus está reconhecendo Sua majestade e também reafirmando a pessoalidade de Deus – Ele não é parte de mim – não está em mim. É uma Pessoa, é Alguém distinto.

d) “Santificado seja o Teu nome” (Mateus 6:9)

1.Depois de chamar a Deus de Pai, Jesus destaca a reverência com que o nome de Deus deve ser tratado. Devemos Ter cuidado nas palavras e atitudes quando nos referimos a Ele. Alguns, hoje, tem a tendência de tratar a Deus com intimidade, como se fosse uma pessoa igual… Algumas pessoas se dirigem a Deus usando o pronome Você, que indica uma identificação e um nivelamento que não existem.

Quando uma pessoa tem um sentido real da majestade de Deus, sente-se como Isaías ao ter uma visão do trono. Leia Isaías 6:1-6.

O nome, e isto era ainda mais marcante nos tempos bíblicos, é uma referência direta à pessoa e reflete o caráter, a personalidade da pessoa. Quando fazemos uso leviano, corriqueiro do seu nome ou em piadas, estamos negando Sua majestade, Sua transcendência e falta de reverência com as coisas espirituais. (Os judeus eram mesmo proibidos de jurar pelo Céu…)

2. Nosso Salvador também nos adverte aqui que não basta ter o maior cuidado externo com as coisas sagradas e viver como se Ele não existisse. Como os fariseus faziam. “Sepulcros caiados” foi o adjetivo adequado. Não adianta beleza externa com podridão interna.

3. Além disso, Jesus nos incita a que Seu Nome seja santificado pela nossa vida. A partir do ponto que somos Seus filhos, somos também Seus herdeiros e Seus representantes: Rom. 8:17: “…co-herdeiros com Cristo”. Assim, devemos viver uma vida compatível com nossa ascendência. Nossos maus atos podem ser vergonha para nosso Pai, assim como um pai se envergonha de tirar seu filho da cadeia.

Quando nos identificamos como crentes, filhos de Deus, passamos a ser referência ao mundo que ainda está em processo de decisão. Quando representamos mal nosso Pai, trazemos confusão a quem nos observa. Às vezes, de forma trágica e irreversível, num momento delicado.

e) “Venha o Teu reino…” (Mateus 6:10)

1. Uma das canções que eu mais gosto tem o nome: “Meu mundo não é aqui”. Ou seja, “não me identifico com este mundo”. Reflete bem nossas insatisfações com as injustiças, relações defeituosas e crueldade que a gente vê todo o dia.

2. Daniel descreveu bem o que nos espera e o que herdaremos. Daniel 7:27: “O reino, e o domínio, e a grandeza dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo. O seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão.”

3. Esperamos ansiosamente o estabelecimento nesta Terra do Reino da Glória, mas não podemos nos esquecer que para pertencermos a este reino, devemos antes pertencer ao Reino da Graça.

Este é requisito indispensável ao primeiro. Este se estabelece em nós ao buscarmos, pela nossa escolha, as coisas do Espírito, ao nos rendermos diariamente a Ele. Rom. 8:5: “Pois os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito.”

4. Outra conseqüência importantíssima de desejarmos o estabelecimento do Reino de Deus é o cumprimento de Mateus 24:14: “E este evangelho do reino será pregado no mundo inteiro, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.”. O Reino não virá sem a pregação do evangelho a todos. Portanto, desejar coerentemente o Reino é pregar o evangelho.

Mas a ordem é importante – é necessário primeiro desejar o Reino para depois produzir o fruto do testemunho.

A única referência de uma profunda alegria de Jesus, que está em Lucas 10:21(“Naquela mesma hora exultou Jesus no Espírito Santo…”), se refere ao início da pregação do evangelho, quando os setenta retornaram com seus relatos de sucesso. No primeiro trabalho estabelecido de igreja.

Nossa oração somente será coerente, se tivermos em nós o sentimento expresso em Isaías 6:8: “Eis-me aqui, envia-me a mim.”

f) “Seja feita a Tua vontade, assim na Terra, como no Céu” (Mateus 6:10)

1.Esta frase expressa de forma explícita a submissão do verdadeiro filho de Deus.

2. E como desejar e trabalhar pelo cumprimento deste desejo? A vontade de Deus, seja na Terra, como no Céu, está expressa em Sua Lei, e foi muito bem sintetizada no amor – a Deus e ao próximo.

Tanto na Terra como no Céu, é o amor para com Deus que torna a obediência uma alegria, uma profunda alegria.

3. Esta é uma oração para que o mal logo termine sobre a Terra. Um desejo que a Volta de Jesus ocorra o mais brevemente possível.

g) “O pão nosso de cada dia nos dá hoje” (Mateus 6:11)

1. Depois que desejamos de coração santificar o Nome de Deus, o Seu Reino e satisfazer Sua vontade, podemos pedir com confiança que nossas necessidades serão supridas.

Se nos entregarmos a Deus, renunciando ao eu, passamos incondicionalmente a ser membros da família de Deus e tudo o que há na casa do Pai nos pertence.

2. Aprendemos do encontro de Jesus com o jovem rico que Deus nos pede tudo e nos permite ficar com o que é bom para nós (Mat. 19:16-26)

3. Esta frase também nos ensina que não devemos nos ocupar em acumular riquezas. Mas que Deus nos dê o necessário para a nossa felicidade nEle. Prov. 30:8: “Alonga de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza: dá-me só o pão que me é necessário;”

Como a criança, recebemos o que é requerido para a necessidade diária.

Podemos Ter a certeza de que aquEle que teve compaixão da multidão porque estavam “fatigados” (Mateus 9:36) não reterá aquilo que seus filhos necessitarem.

4. Nesse desejo, nessa entrega, nos colocamos em mesmo nível com os necessitados – reconhecemos que aquilo que Deus nos dá não é somente para nós.

Devemos repartir sem desejo de reconhecimento – “Se recebermos todos os agradecimentos aqui, não sobrará nada para recebermos lá…” (F. B. Meyer, [1])

5. “Pão de cada dia” – se refere tanto ao material quanto ao espiritual, aquele que nutre para a vida eterna.

E o pão que nutre para a vida eterna é Jesus Cristo. Jesus é o pão vivo – João 6:51. É contemplando o Seu amor e recebendo esse amor no coração, que nos nutrimos do Pão que desceu do Céu.

Recebemos Cristo por meio de Sua Palavra – esclarecida pelo Espírito Santo.

6. Jesus sabia que um dos mais importantes requisitos para receber é o sentimento de dependência, que esta frase expressa.

h) “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores” (Mateus 6:12)

1. Uma verdade universal é que somente seremos perdoados se perdoarmos. O amor de Deus gera amor pelos outros. O perdão gera perdão.

Este pensamento é tão importante que foi reiterado pelo Mestre nos versos 14 e 15 de Mateus 6, logo a seguir.

2. Quem não perdoa, obstrui o canal do perdão divino. Comentário Bíblico de Broadman – “O que bloqueia o fluxo de misericórdia DE nós, bloqueia o seu fluxo PARA nós.”

3. O pastor Paulo Barbosa fala que devemos retirar três pedras do caminho para que possamos perdoar:

3.1 A teimosia.

Quantas vezes não permanecemos “de mal” com nosso irmão por obstinação…

O remédio: humildade. Esta vem de contemplar nossa verdadeira relação e dependência de Deus;

3.2 Lembrança da Ofensa.

Um ditado conta que: “Não podemos evitar que o pássaro pouse em nossa cabeça, mas podemos evitar que ele faça um ninho ali…”.

Não é pecado sentirmos raiva – não dominamos nossos sentimentos; o errado é nutrir o ressentimento, deixarmos que as ações sejam conduzidas pelos sentimentos, sem controle.

Remédio: ocuparmos de coisas boas, desviarmos nossa mente para pensamentos bons. A contemplação de coisas espirituais e bons relacionamentos mudam nosso ponto de vista e nosso mal para bem-estar. Nosso modelo devem ser Jesus e Estêvão que apesar do sofrimento, tiveram uma visão mais aberta, mais abrangente dos objetivos da vida;

A oração é contemplação – “Pela contemplação sois transformados…”.

3.3 Sensibilidade excessiva.

Valorização excessiva dos próprios interesses.

Remédio: ver ofensores como eles realmente são: pessoas em construção, carentes e infelizes, no seu jeito infeliz de ser.

Certa vez aguardava a minha vez de ser atendido em um posto de gasolina, quando presenciei um cliente tratar ríspida e grosseiramente o frentista e como este ficou arrasado com o tratamento. Fiquei com pena do rapaz e tentei mostrar como aquele cliente desagrável devia ter sérios problemas de relacionamento a partir daquilo que demonstrara, e como sua capacidade de ser feliz e fazer a outros felizes devia ser muito limitada. Aos poucos vi o estado de ânimo do frentista melhorar ao perceber que o problema não estava com ele e sim com o cliente desagradável.

O que faz a diferença em casos como este é perceber como o ofensor é uma pessoa incompleta e limitada, nessa melhor forma que ele achou para ser feliz. Assim, podemos orar e trabalhar por ela.

4. Num sentido mais amplo, este frase (perdoa-nos os nossos pecados) também expressa um desejo de regeneração do pecado (por nossa natureza interna que nos leva a pecar). Salmo 51:10: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito inabalável.”

Quando estivermos achando que nosso pecado é grande demais, lembremo-nos de I Tim. 1:15: “… Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores,”

Às insinuações do inimigo, devemos responder com I João 1:7: “…o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado.”

5. O segredo de compreender, aceitar e dar o perdão plenamente é entendermos que ele não nos é dado como recompensa – e sim somente pelos méritos de Jesus. Os servos da parábola dos trabalhadores (Mat. 20:1-15) receberam o mesmo, não importa a hora em que começaram a trabalhar. Eles receberam porque atenderam o chamado do patrão e começaram a trabalhar, não pelo tanto que trabalharam.

i) “E não nos deixeis cair (entrar) em tentação” (Mateus 6:13)

1. A tentação (estímulo a pecar) não vem de Deus – Tiago 1:13: “…Deus […] a ninguém tenta…”

2. É desejo de Satanás mostrar, pela tentação, o mal que existe em nós para reclamar-nos como seus. Perante os outros, o Céu e perante nós mesmos – sensação de indignidade.

3. Esta frase é uma oração em si mesma, para que Deus fortaleça nossa vontade, nossa escolha.

4. Significa também não nos determos para considerar as vantagens da tentação – não nos colocarmos em terreno encantado.

É importante termos sempre em mente que ao sermos impelidos a fazer algo contra nossos princípios, está sendo mostrado neste momento somente o lado brilhante. O lado obscuro, as conseqüências são sempre omitidas.

5. “Não nos deixeis cair em tentação” é também uma promessa de escape – I Cor. 10:13: “Não vos sobreveio nenhuma tentação, senão humana; mas fiel é Deus, o qual não deixará que sejais tentados acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o meio de saída, para que a possais suportar.”

6. A única salvaguarda contra o mal é a presença de Cristo no coração [pela fé]. Ao contemplarmos o amor de Deus, teremos uma noção correta do que é o egoísmo, seus verdadeiros efeitos, sua pequenez, sua maldade e repugnância.

Ao ser solicitada a ajuda a Deus, anjos são enviados a auxiliar a pessoa à beira do abismo. As batalhas entre os exércitos espirituais são tão reais quanto as guerras deste mundo.

j) “Mas livra-nos do mal” (Mateus 6:13)

1. Pensamos aqui sempre no mal externo – e ele realmente existe! Acidentes, violência, sugestões, cartazes, convites… Devemos confiar a Deus o nosso livramento.

2. Mas também não podemos nos esquecer do mal interno. Aquele ao qual Paulo se referia: “O mal que não quero, este faço…” (Rom. 7:19) . “Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rom. 7:24). O nosso maior inimigo está dentro de nós mesmos. É nossa dificuldade de nos submetermos a Deus, de entregarmos a soberania de nossa vida a Deus. (Leia também Tiago 1:14.)

3. Boa parte do livramento contra o mal é um reflexo de nossa escolha. Se nossa natureza espiritual estiver forte, se mantivermos constante comunhão com Deus, se tivermos prazer em aprender dEle, será expontâneo resistir ao mal. (Leia novamente Rom. 8:5);

III – EM RESUMO:

As diversas expressões desta oração indicam as posturas que devemos Ter em oração e na vida (em oração)

“Pai – postura filial;

Nosso – postura universal, coletiva;

Santificado – postura reverente;

Venha Teu reino – postura missionária;

Seja feita a Tua vontade – postura de servo obediente;

Dá-nos – postura dependente;

Perdoa-nos – postura de contrição, arrependimento;

Como perdoamos – postura de perdoador;

Mas não nos deixe cair em tentação – postura de cauteloso;

Mas livra-nos do mal.”. Ref.[2], p. 36 e 37.

IV – ADORAÇÃO – O FECHO

.Uma conclusão apropriada seria incluir a adoração, como a descrita em I Cron. 29:11 e 12: “Tua é, Senhor, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória e a majestade…”.

V – CONCLUSÃO

O que realmente importa em uma oração para que ela seja eficiente:

“Não é a aritmética das nossas orações (quantas elas são);

Nem a retórica das nossas orações (quão eloqüentes possam ser);

Nem a geometria das nossas orações (quão longas são);

Nem a lógica das nossas orações (quão argumentativa possam ser),

MAS O FERVOR DE NOSSO ESPÍRITO AO FAZÊ-LAS É O QUE MAIS IMPORTA”. Idem, p. 37.

Prezado amigo:

Que o estudo das palavras de Jesus sobre a oração e, principalmente as ensinadas na oração do Pai Nosso permita-nos um novo enfoque em nossa relação com nosso Pai.

Que ao meditarmos em cada palavra dada por Jesus possamos crescer no conhecimento de Deus e na comunhão com Ele e com nossos semelhantes.

É meu desejo sincero que esta oração ajude você a Ter certeza de Sua presença, bem junto de você, te guardando, te protegendo e te guiando a cada momento de sua vida.

Jeferson Antonio Quimelli

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