Tocando o intocável

Quando se ganha consciência de que há esperança para as vidas humanas que estão ocultas em Cristo, tem-se que assumir algumas posições importantes para um viver sadio que só a esperança do Evangelho, Jesus Cristo, aceito pôr nós possibilita.

– Jean Paul Sartre disse: “Os homens são angustia”.

– Todavia ainda que “angustiadamente” os homens são esperança. O que se sente interiormente desiludido, o que foi abandonado pelos filhos e amigos, o que está paralisado num leito de enfermidade e até aqueles que reivindicam para si o direito de praticar o suicídio científico da eutanásia, projeta para depois da morte um espectro de esperança, falando da sobrevivência do psiquismo individual ou da tese espírita da reencarnação.

– Há basicamente duas situações ou circunstâncias diante das quais a esperança existe, tomando o lugar do TUDO OU NADA:

– A primeira é diante da total impossibilidade de se criar uma saída para a problemática humana.

– Pôr mais paradoxal que seja, a esperança manifesta mais fortemente: – quando os segmentos da razão humana se acabam,

– quando não há a chance de se criar uma saída,

– quando não existe uma história a ser construído,

– quando não existe nenhum possível em nenhum sentido.

– Em segundo lugar nesses casos, a esperança é a afirmação de um risco total: – é a contradição do que está falido, é ressurreição, antes dela, é a dízima periódica de um milagre.

– Um leproso aproximou-se de Jesus…

– Um leproso que era angustia e angustiadamente vivia sem esperança, tornara sua vida sem sentido, sem motivação, estava alienado da sociedade e do próprio Deus.

– Nos segmentos de sua razão não tinha chance, não havia solução para a sua vida.

– Não existia nenhuma história a ser contada.

– Abandonado de seus parentes e a] seus amigos.

– Discriminado religiosamente e socialmente.

– Ajoelhou-se: Adorou o Senhor, reconheceu a sua condição humana.

– Queremos analisar este texto irmãos, pois, quando se ganha consciência que há esperança para as vidas que estão em Cristo, temos que assumir algumas posições importantes.

1º) JESUS É A FONTE DE COMPAIXÃO

– A esperança da vinda de Jesus nos leva a uma atitude de compaixão.

– A esperança que não confunde e que é derramada pelo Espírito Santo em nossos corações leva-nos também à necessidade de um relacionamento terno e compassivo com todos os filhos dos homens.

– Rm 5: 5.

– Quem está vivendo como verdadeiro “cidadão do céu”, banhando-se diariamente numa atitude de fé, nos rios da cidade santa, encontra razão suficiente para sair pelas “ruas e becos da cidade”, em busca de “pobres, aleijados, cegos e coxos”, convidando-os também “pelos caminhos e atalhos e obrigando todos a entrar, para que a casa fique cheia.

– Lc 14: 15-24

– Não existe real esperança cristã sem atividade e sem compaixão.

– A compaixão qualifica a ação e a ação exterioriza a profundidade da compaixão.

– A atividade cristã sem compaixão é ativismo e ativismo é um sistema e sobre sistemas e seus fracassos, nós temos a História inteira da humanidade como prova

irrefutável.

– Entretanto não é apenas um plano de evangelização, tantas vezes engendrado num gabinete, o que vai efetuar esta revolução no Reino de Deus, enquanto aguardamos o Senhor, para que se entre nos becos e ruas escuras da cidade, bem como para que se visite os pobres, aleijados, cegos e coxos, é preciso estar movido pôr um sentimentoantes aquele que um plano evangelístico pode prometer; é preciso estar movido de compaixão – Mt 14:14; 15:32.

– Nossos empreendimentos evangelísticos têm tido na maioria das vezes apenas a “atividade” do “quero, fica limpo”- Mc 1:41.

– Dizemos que queremos ver os pecadores salvos, falamo-lhes do amor de deus, pôr todos os homens, mas aquilo que falaria muito mais do que as nossas palavras, não temos revelados aos leprosos espirituais.

– O Senhor Jesus não disse ao leproso apenas: “quero, fica limpo”, mas antes disso: “estendendo a mão tocou-lhe”.

– Essa compaixão pelo leproso, pelo pecador, essa identificação com o drama humana, essa coragem de tocar a ferida do leproso, tocar o lugar contaminado, é o que de fato produz o milagre da cura.

– Não adianta ficarmos falando de vidas transformadas, enquanto nós não tivermos a coragem de sair do pedestal, do nicho pseudocristão em que nos temos colocado, não adianta fazermos companhas contra os tóxicos, odiando e repelindo os toxicômanos, não adianta falarmos contra a prostituição enquanto não tivermos a coragem de, olhando nos olhos de uma prostituta, afirmar que Deus tem para ela uma vida melhor, não adianta falarmos sobre o inferno, quando filhos do inferno caminham ao nosso lado todos os dias e nós os tratamos como se estivessem indo para o céu, não adianta dizermos que somos cristãos se o mundo não tiver a oportunidade de verificar isso através das nossas ações.

– Mt 5:16.

– Tg 4:9

– Precisamos amalgamar “atividade” e “compaixão” para que a nossa esperança cristã sege sadia.

– I Ts 4: 9-18.

2º) JESUS É A FONTE DE PUREZA

– A esperança da vinda de Jesus nos move a atividades revolucionárias no contexto presente.

– Muitos há que em nome da esperança cristã, se têm clausurado entre quatro paredes, esperando o “Esperado” descer.

– “Já que tudo vai pegar fogo, deixe queimar”.

– Julgamos que essa situação é alienadora, e cremos que toda e qualquer forma de alienação deve ser combatida e rejeitada.

– Aproximou-se de Jesus…

– Jesus tinha que faz Jesus tinha que faz algo…

– Temos de lutar contra a putrefação moral, social, política e sobretudo espiritual, até que Ele venha.

– Dividem suas vidas em áreas distintas e inaglutináveis – policotomia vigente no seio da igreja.

– O Evangelho de horas marcadas.

– Essa é a desesperadora dualidade dos evangélicos – “serem testemunhas de Jesus” em lugares próprios, em horas marcadas

– 4ª feira

– Domingo

– São os “agentes secretos” da Igreja no anonimato do:

– trabalho.

– faculdade,

– e em outras áreas de espionagem.

– A atividade do ministério cristão tem que ser universal no corpo de Cristo e total na vida dos crentes, caso contrário, a esperança e, consequentemente, a EVANGELIZAÇÃO, passará a ser uma atividade mecânica, apenas mais uma atividade regulada pela tradição histórica da Igreja, uma espécie de “folclore sério”, onde as pessoas tem uma oportunidade de autenticarem-se sobre as outros, sob o disfarce cristão-burquês de que umas estão salvas e outras perdidas.

3º) JESUS É A FONTE DE REINTEGRAÇÃO

– A esperança sadia nos leva a uma confrontação espiritual com as forças do mal.

– Só a força da esperança da “vitória final” é que pode impelir-nos a que, cheios do Espírito Santo, enfrentarmos os desafios do espiritismo, da macumba e dos cultos afro-ameríndios.

mais profundo do que – A Igreja tem esse papel, sendo a fonte de reintegração para os segregados:

– para os miseráveis nordestinos.

– Os alienados caboclos.

– Os desesperados operários.

– Os bóia-frias.

– As crianças abandonadas.

– Temos que aprender como Igreja a seguir os passos de Jesus, e nos constituir em fontes de ressocialização para os aleijados, prostitutas, homossexuais, travestis, aidéticos, menores abandonados, infratores, políticos corruptos, etc, que são restaurados pelo Senhor e devem ser recebidos pôr nós com Júbilo e alegria.

– A reintrodução só se dava pôr meio do sacerdote – Igreja que publicamente, o declara restaurado e apto para o convívio com a sociedade.

CONCLUSÃO

– Enquanto houver uma classe baixa, busquemos identificação com ela, enquanto houver alguém chorando, não podemos viver sorrindo, enquanto existir alguém com fome, não podemos sobejar, enquanto houver alguém preso, não podemos nos considerar realmente livres e, enquanto houver alguém sem conhecimento de Jesus, sejamos responsáveis, vivamos e lutamos. Para que aqueles que não estão sob a graça de Deus, venham a beber da mesma fonte que jorra para a vida eterna.

Que o Senhor vos abençoe!

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